Notícias STFSexta-feira, 24 de agosto de 2012Construção civil teme crise com a proibição de produtos de amianto
Representando uma cadeia de mais de 138 mil lojas, o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), Cláudio Conz, afirmou, em sua exposição na audiência pública, que a Lei estadual 12.648/2007, de São Paulo, causou prejuízos e perda de empregos no setor. “A lei foi promulgada sem nenhuma discussão e vem causando problemas até hoje, principalmente para pequenas lojas que não tiveram orientação adequada e que vendem um produto tradicionalmente comercializado no país”, assinalou.
Conz informou que 98% dos comerciantes de material de construção são empresas de pequeno e médio porte, e 56% delas têm até dez empregados. Para ele, o impacto da proibição do amianto é maior na população de baixa renda, beneficiária de programas habitacionais ou consumidora de material de baixo custo. Afirmando que 50% das telhas utilizadas nas habitações brasileiras são de fibrocimento, o empresário alertou para o risco de desabastecimento em caso de proibição. “Não existe capacidade produtiva que possa substituir esse volume de produção e, quando há desabastecimento, quem fica sem o produto é a classe baixa”. O consumidor de maior poder aquisitivo, segundo ele, está comprando de outros estados pela internet.
Consumidor esclarecido
O presidente da Anamaco garante que, nos 48 anos de existência, a associação nunca recebeu questionamentos ou informações de problemas relacionadas ao transporte e armazenamento dos produtos de amianto, tanto por parte de trabalhadores quanto de consumidores. “Causa estranheza, porque as telhas e as caixas dágua são os que mais se utilizam do fibrocimento. O produto existe há 70 anos e não temos nenhuma reclamação”.
Segundo Cláudio Conz, os revendedores gostariam “que tivesse 50 tipos diferentes de telha” além das de fibrocimento. “Quem tem que decidir é o consumidor”, afirmou, argumentando que hoje o consumidor é “ecologicamente alfabetizado” e, de modo geral, muito mais preparado que os vendedores. Conz, que faz parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, assinalou ainda que o setor é altamente regulamentado, por meio de normas técnicas e de programas oficiais. “A decisão sobre o tema envolve o dia de amanhã, e terá consequências para o mercado como um todo”, concluiu.
CF/VP
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