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quinta-feira, 7 de março de 2013

STF - Riscos à saúde não podem ser considerados a partir de estudos isolados, diz físico italiano - STF

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Quinta-feira, 07 de março de 2013

Riscos à saúde não podem ser considerados a partir de estudos isolados, diz físico italiano

O físico italiano Paolo Vecchia, professor na Universidade de Roma e ex-presidente da Comissão Internacional de Proteção Contra as Radiações Não Ionizantes (ICNIRP, na sigla em inglês) e ex-consultor do Conselho do Comitê Internacional do Projeto EMF da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera que os riscos à saúde pela exposição ao campo eletromagnético não podem ser considerados a partir de estudos isolados.

Segundo ele, existem hoje milhares de estudos a respeito do assunto e qualquer abordagem deve levar em consideração diversos campos de estudos, nunca pesquisas isoladas ou realizadas por pequenos grupos de cientistas, o que poderia comprometer a objetividade das análises. Em sua opinião, as análises de risco devem ser feitas de forma global e considerando toda a literatura científica disponível nos diversos campos de conhecimento.

De acordo com o professor, nos últimos anos, grupos de experts têm realizado estudos com essa abrangência por iniciativa de organizações internacionais como o ICNIRP e a OMS, governos de diversos países e institutos de pesquisa.  Segundo ele, há pelo menos 10 estudos extremamente minuciosos com resultados bastante consistentes em sua abordagem, análise e conclusões.

Os relatórios desses grupos, informa o professor, apontam que, no curto prazo, apenas um alto nível de exposição a campos magnéticos causa problemas à saúde humana. Acrescentou que, para o longo prazo, as conclusões, ainda que hipotéticas, são contraditórias, pois sugerem a associação de casos específicos de câncer à proximidade de campos magnéticos, mas não apontam um mecanismo que os provoque.
Segundo ele, há dois diferentes cenários em termos de pesquisas e também de políticas de saúde que devem ser colocadas em prática para lidar com esses efeitos. Ele considera que os efeitos agudos podem ser reduzidos pela imposição de limites de exposição que possibilitem total prevenção.

Já para lidar com os efeitos da exposição por longo prazo, são necessárias medidas de precaução que, acredita ele, são essencialmente políticas. Em sua opinião, se há riscos para a saúde, eles existem em qualquer nível de exposição e, fixar limites significa que, de forma implícita ou explícita, estamos aceitando certo nível de risco. “E isso é uma decisão política”, afirmou.

Paolo Vecchia destacou que, embora a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês) tenha publicado uma monografia, em 2002, classificando os campos magnéticos de extrema baixa frequência como “possivelmente carcinogênicos” para humanos, os resultados não são referendados pela OMS.

De acordo com o professor, a OMS considera que a evidência epidemiológica do estudo é enfraquecida por problemas metodológicos, com um possível viés de seleção. Além disso, afirma, estudos com animais têm sido largamente negativos e não há um mecanismo biofísico aceito que possa sugerir que exposições de baixa intensidade estão envolvidas no desenvolvimento de câncer. ”Em suma, a evidência relacionada à leucemia infantil não é forte o suficiente para ser considerada causal”, disse.

Vecchia considera que os formuladores de políticas públicas deveriam estabelecer diretrizes para a exposição a campos magnéticos de extrema baixa frequência tanto do público em geral quanto dos trabalhadores e que a melhor fonte de orientação são as diretrizes internacionais. Ele ressalta que as diretrizes da OMS dizem que o princípio da precaução deve ser aplicado, desde que os benefícios sociais, econômicos e de saúde gerados pela energia elétrica não sejam comprometidos. Ainda segundo ele, a implementação de procedimentos de precaução de custo muito baixo para reduzir a exposição é razoável e justificada.

PR/RR
 


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